já pensaste que talvez eu seja triste por opção? já pensaste que a minha felicidade é ser triste? já pensas que que a vossa felicidade para mim assemelha-se a ingenuidade? já pensaste que eu estou exactamente onde quero estar? já pensaste que sei decor tudo o que há a fazer? já pensaste que se calhar já o pus em prática mas não sucedi? já pensaste que talvez não seja metade da rapariga que pensas que sou? já pensaste que posso ficar assim, quebrada, aterrorizada, mortificada, dominada, obcecada para sempre? já pensaste que embora seja nova, já tenha esgotado tudo o que tinha de semelhante a força de vontade? já pensaste que posso ter nascido com um défice de autocontrolo, vontade e plenitude? já pensaste que se me quero afogar na dor, devias deixar? já pensaste que sempre que tento trepar para fora do precipício, volto a cair e a dor da queda aumenta com o número de tentativas de sair? já pensaste que posso continuar a viver e apreciar a minha dor ao mesmo tempo? já pensaste que posso nadar nela e continuar a sorrir-vos e a contar piadas? já pensaste que posso acabar por, simplesmente, morrer? o que vais fazer, então? pensas deixar de me falar ou continuar a relembrar os teus famosos sermões? pretendes fazer de mim a rapariga triste que ficou feliz graças às coisas boas da vida? e se isso não acontecer? e se não aceitares que não me quero iludir como vocês todos? um dia, vão todos cair. e eu, já estarei no fim do precipício. não é uma praga, é uma realidade. um estilo de vida. uma crença. sou nova, mas não sinto coisas boas. não sou boa. não quero sê-lo. o novo, o desconhecido assusta-me. e tudo o que vocês procuram e têm é-me novo e desconhecido. lamento não servir para a felicidade, mas vou continuar a sorrir porque os felizes choram de felicidade e nós, os tristes, sorrimos de tristeza.
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