tudo mudou. eu mudei. ainda bem. era tudo o que eu mais queria. não sou a mesma que escreveu aqui pela última vez. estou melhor, mais limpa, mais leve, mais tudo. estou óptima, digamos.
há muito tempo que não me sentia assim. mesmo muito tempo. e é óptimo. mesmo que não seja concerto ou certo ou óbvio, é bom. e não vou abdicar disto por nada. enquanto durar, durou. aconteceu. tem-me ajudado tanto. ajudou-me a mudar, sim. mas não foi só isso. não serviu só para esquecer o passado. serviu para reacender qualquer coisa dentro de mim, que eu pensava que já não valia a pena ser resgatada e muito menos reacendida. a sensação de chama é óptima. não consigo descrever. só quero que não acabe. quero ficar assim para sempre.
mas não depende só de mim. não sou só eu nisto. não percebo. continuo sem perceber. o que raio é que se passa aqui? expliquem-me. não consigo perceber o que é. simplesmente, a definição. só queria que me dissessem o raio da definição, do conceito, do nome disto tudo. não percebo. e dou voltas e voltas à cabeça e algo me diz que sim, que é tudo aquilo que eu quero e espero que seja. mas outra parte, diz-me que não. e esta parte é mais forte. porque nas primeiras semanas, eu pensei "não te deixes ir, protege-te, não te deixes levar" e agora é mais forte que eu. só penso "que se lixe" e pronto, aí vou eu. mas e se eu estiver errada? e se isto não devesse estar a acontecer? como é que eu fico no meio disto tudo? já devia ter aprendido a por-me em primeiro lugar e a ter dois pés atrás e a não me atirar de cabeça. mas não. eu gosto de fazer asneira. eu devo adorar bater com a cabeça nas paredes. e pronto. eu percebo que há que ter calma. mas sou aquele tipo de pessoa que detesta estar na dúvida, ou é ou não é, não há cá meio termo. e então fico assim. a querer atirar-me de cabela porque sabe bem, mas sem poder porque tenho dois pés atrás. e é uma luta constante porque às vezes dou por mim e já nem tenho os pés no chão. tenho de voltar a poisar na terra, e então dar dois passos para trás. por enquanto, estou a salvo. enquanto conseguir perceber que estou a ir longe demais, estou a salvo. mas e quando não me aperceber que já não tenho os pés em terra? temo que isso estará para breve. porque eu quero perder-me, sabe tão bem.
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