Aconteceu.
E por me teres feito cego
Recordo o sabor da tua pele
E a calor de uma tela
Que pintámos sem pensar.
Ninguém perdeu,
Enquanto o ar foi cego
Despidos de passados
Talvez de lados errados
Conseguiste me encontrar.

Foi dança,
Foram corpos de aço
Entre trastes de guitarras
Que esqueceram amarras
E se amaram sem mostrar.
Foi fogo
Que nos encontrou sozinhos
Queimou a noite em volta
Presos entre chama à solta
Presos feitos para soltar.

Estava escrito
E o mundo só quis virar
A página que um dia se fez pesada.

E o suor
Que escorria no ar
E o calor dos teus lábios
Inocentes mas sábios.
No segredo do luar.
Não vai acabar
Vamos ser sempre paixão
Vamos ter sempre o olhar
Onde não há ninguém
Dei-te mais.
Valeu a pena voar.

Estava escrito.
E a noite veio acordar
A guerra dos sentidos travada no céu.

Nem por um segundo largo a mão
Da perfeição do teu desenho
E do teu gesto no meu.
Foi como um sopro estranho.
Aconteceu.

Eras noite em mim.
És fogo em mim.
Eras noite em mim.

Sem comentários:

Enviar um comentário