A noite veio acordar a guerra dos sentidos travada no céu



Aconteceu. E por me teres feito cego, recordo o sabor da tua pele e o calor de uma tela que pintámos sem pensar. Ninguém perdeu, enquanto o ar foi cego, despidos de passados, talvez de lados errados conseguiste encontrar-me. Foi dança, foram corpos de aço. Foi fogo que nos encontrou sozinhos, queimou a noite em volta, presos entre chama à solta, presos feitos para soltar. E o suor que escorria no ar. E o calor dos teus lábios, inocentes mas sábios, no segredo do luar. Não vai acabar. Vamos ser sempre paixão. Vamos ter sempre o olhar onde não há ninguém. Dei-te mais, valeu a pena voar. Nem por um segundo largo a mão da perfeição do teu desenho. E do teu gesto no meu. Foi como um sopro estranho, aconteceu. Eras noite em mim, és fogo em mim. És noite em mim.

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