Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Silêncio. Sol de inverno. Frio. Tu por todo o lado. Pálido. Insensível. Exagerado. Viril. Arrogante. Tu por todo o lado, mais uma vez. Nuvens a carregar o teu céu, a lua que tu não permites entrar, a luz que tu afugentas. Dá-me mais de ti, este inverno. Dá-me e tira-me. Dia sim, dia não. Só tu o podes fazer, hoje. Espero por ti, este inverno. Esses teus olhos que lembram a humidade da terra molhada, o cheiro da chuva que eu detesto, o céu cinzento. A tua boca lembra pétalas a gotejar, lenta e deliciosamente, enquanto a chuva passa e passa, e lembra também o vento a uivar ao céu é à lua que não deixas entrar. O vento a sussurrar o teu nome por entre o meu cabelo, queimando a pele e semeando o desejo. Os teus olhos, esses não lembram nenhuma estação. Lembram-me de ti, talvez por serem teus. Lembram-me de tudo o que eu não gosto, tudo o que detesto. Lembram a chuva, cortante e mortal. Sim, tu hoje choveste em mim. Como nunca terias antes chovido, antes de descobrir o homem que há em ti, antes de teres deixado de ser sangue do meu sangue. Choves em mim e choverás por todo o lado em mim, este inverno.
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